Desigualdade salarial persistente: mulheres têm mais estudo, mas ganham menos

A desigualdade salarial entre homens e mulheres ainda é uma realidade no Brasil. Apesar de representarem 52% da população, as mulheres são apenas 43,6% da força de trabalho, segundo o Censo 2022. Além disso, mesmo com maior escolaridade — 28,9% das mulheres têm ensino superior contra 17,3% dos homens —, elas continuam recebendo menos. A média salarial feminina é de R$ 2.506, enquanto a masculina chega a R$ 3.115.
Esses números revelam um contraste alarmante. Embora as mulheres estejam conquistando espaço e qualificação, o retorno financeiro ainda não acompanha esse avanço. A seguir, veja como a desigualdade salarial se manifesta e quais estratégias podem ajudar a enfrentá-la.
Desigualdade salarial e o impacto da educação
A desigualdade salarial torna-se mais evidente entre os profissionais com ensino superior. Enquanto homens ganham, em média, R$ 7.347, as mulheres recebem apenas R$ 4.591 — cerca de 60% do valor. Esse dado mostra que o problema não está na formação, mas na estrutura desigual do mercado de trabalho.
Além disso, a segregação ocupacional continua forte. As mulheres são maioria em áreas como saúde, educação e serviços sociais — setores historicamente desvalorizados. Em contrapartida, profissões técnicas e industriais, que pagam melhor, ainda são dominadas por homens. Assim, o desequilíbrio se mantém, mesmo entre pessoas com o mesmo nível de estudo.
Raça e gênero ampliam a desigualdade salarial
A análise do Censo 2022 também evidencia que raça e gênero se cruzam, agravando a desigualdade salarial. Trabalhadores brancos e amarelos recebem mais, enquanto pretos, pardos e indígenas têm rendas menores, independentemente da escolaridade.
Entre os profissionais com ensino superior, a diferença é gritante: indígenas recebem R$ 3.799, menos da metade do valor pago às pessoas amarelas, que ganham R$ 8.411. As mulheres pretas e pardas estão duplamente vulneráveis, pois enfrentam barreiras de gênero e de raça. Por isso, políticas de equidade precisam considerar essa interseccionalidade para que a mudança seja real e duradoura.
Setores com menor presença feminina
Alguns setores seguem resistentes à presença feminina. Operadoras de máquinas, montadoras industriais, forças armadas e segurança pública são exemplos de áreas onde a participação das mulheres é mínima. Com isso, elas perdem acesso a cargos de maior remuneração.
Por outro lado, nos serviços domésticos, a presença feminina é esmagadora — 93,1% do total de trabalhadores. O problema é que essas funções são as menos valorizadas financeiramente. Assim, mesmo sendo essenciais para a sociedade, essas profissionais continuam à margem do crescimento econômico e da independência financeira.
Dicas práticas para reduzir a desigualdade salarial
A seguir, confira ações que podem ajudar a reduzir a desigualdade salarial no ambiente profissional e na sociedade:
Negocie com informação
Pesquise o salário médio da sua função e use dados oficiais para fundamentar pedidos de aumento. Conhecer os números fortalece a argumentação.Exija transparência salarial
Empresas que divulgam faixas de remuneração reduzem as chances de disparidade entre gêneros. Pressione por políticas internas mais claras.Invista em capacitação estratégica
Cursos de tecnologia, liderança e gestão abrem portas para cargos mais bem pagos. Além disso, demonstram preparo para assumir funções de maior responsabilidade.Fortaleça redes de apoio profissional
Participar de grupos e mentorias voltados para mulheres ajuda a compartilhar oportunidades e experiências que fortalecem a carreira.Apoie políticas públicas de equidade
Incentivar leis que promovam igualdade salarial e programas de inclusão é fundamental para equilibrar o cenário.
Essas atitudes, embora individuais, produzem impacto coletivo. Cada passo rumo à transparência e ao empoderamento contribui para reduzir a desigualdade salarial.
Por que falar sobre desigualdade salarial importa
Falar sobre desigualdade salarial é essencial para mudar a cultura corporativa e social. O termo deve estar presente em artigos, debates e campanhas para ampliar a conscientização. Quanto mais discutido for o tema, maior será a pressão por transformações concretas.
Além disso, incluir palavras-chave como “equidade de gênero”, “remuneração justa”, “diferença salarial” e “igualdade no trabalho” fortalece a presença do tema nos mecanismos de busca. Isso ajuda a aumentar a visibilidade da pauta e, consequentemente, o engajamento público.
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Com informação da Agência Brasil




