Betim inaugura a Casa Jackeline para acolher mulheres vítimas de violência

A manhã desta sexta-feira (3) foi marcada pela emoção e pela memória de Jackeline Oliveira, jovem betinense assassinada brutalmente pelo ex-namorado em 1994. O crime, que se tornou um marco na luta contra a violência de gênero na cidade, agora inspira a Casa Jackeline Oliveira, inaugurada pela Prefeitura de Betim como um espaço de acolhimento e apoio às mulheres vítimas de violência.
Durante a cerimônia, a mãe da homenageada, dona Marli Leonel, fez um depoimento comovente ao relembrar a perda da filha e destacou a importância de transformar dor em esperança para outras mulheres.
Autoridades presentes na inauguração
A solenidade contou com a presença de autoridades que tiveram papel fundamental na história do caso. O delegado aposentado Edson Moreira, responsável pela investigação que elucidou o crime, relembrou detalhes da época. Já Durval Ângelo, atual presidente do Tribunal de Contas e, à época, secretário estadual de Direitos Humanos, ressaltou a repercussão nacional do assassinato e o apoio dado às autoridades.
O prefeito Heron Guimarães, que em 1994 era repórter do jornal O Tempo e acompanhou de perto a investigação, também compartilhou suas lembranças.
Estrutura da Casa Jackeline Oliveira
Localizada na Rua Dr. José Maria Alkimin, nº 144, no Centro de Betim, a Casa reúne, em um só espaço, diversos serviços voltados à proteção e ao fortalecimento da mulher. O atendimento será humanizado, oferecendo apoio psicossocial, assistência jurídica e articulação com a rede especializada do município.

Entre os serviços que passam a funcionar de forma integrada estão:
Patrulha de Proteção à Mulher (PPM)
Centro de Referência Especializado de Atendimento à Mulher (Cream)
Superintendência da Mulher
Conselho Municipal dos Direitos da Mulher
Contexto e dados alarmantes
A inauguração acontece em meio a um cenário preocupante. Dados do Observatório da Segurança Pública mostram que, entre janeiro e agosto de 2025, Betim registrou:
1.999 casos de violência doméstica, o maior número dos últimos oito anos e 11% acima do mesmo período de 2024.
2 feminicídios consumados e 4 tentativas de feminicídio.
24 estupros consumados e 60 estupros de vulneráveis.
Esses números reforçam a urgência de ampliar a rede de proteção às mulheres no município.
Homenagem e legado

Além de oferecer serviços de acolhimento, a Casa também carrega um forte simbolismo. O diário de Jackeline Oliveira, guardado por sua família, serviu de inspiração para a identidade visual do espaço. As frases de força e esperança deixadas pela jovem agora se transformam em guia para mulheres que buscam um recomeço.

Com a Casa Jackeline Oliveira, Betim dá um passo concreto no enfrentamento à violência de gênero e reafirma o compromisso de não deixar nenhuma mulher sozinha diante da violência.
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