Ibovespa atinge novo recorde histórico em meio à expectativa por cortes de juros nos EUA
O Ibovespa encerrou o pregão desta segunda-feira (15) em alta de 0,90%, alcançando 143.546 pontos, o maior nível de fechamento da história. Durante o dia, o índice chegou a 144.193 pontos, sua máxima intradiária de todos os tempos. O movimento foi impulsionado pela valorização de ações de peso, como Vale, Petrobras e Eletrobras, além da expectativa em torno da chamada Super Quarta, que trará decisões importantes de política monetária no Brasil e nos Estados Unidos.
Recordes impulsionam o mercado
A alta desta segunda-feira superou a marca registrada em 11 de setembro, quando o Ibovespa havia fechado em 143.150 pontos. Embora o clima fosse de otimismo, o volume de negócios permaneceu limitado, já que muitos investidores optaram por cautela antes dos anúncios do Fed e do Copom.
Ainda assim, papéis como Magazine Luiza (MGLU3), que subiu 7,41%, e Lojas Renner (LREN3), que avançou 2,33%, brilharam entre as principais altas. Além disso, empresas ligadas a commodities, como Vale (VALE3) e Petrobras (PETR4), também tiveram desempenho positivo, beneficiadas pela elevação do petróleo no mercado internacional.
Super Quarta gera expectativa
Na próxima quarta-feira (17), os mercados viverão uma agenda intensa. O Copom (Comitê de Política Monetária) divulgará sua decisão após o fechamento, e a expectativa predominante é de manutenção da Selic. Entretanto, o evento mais aguardado será a reunião do Federal Reserve (Fed), às 15h, horário de Brasília.
Segundo analistas, o Fed deve realizar um corte de 0,25 ponto percentual nos juros. Portanto, a medida pode influenciar diretamente os fluxos de capital global e pressionar o câmbio. Como reflexo dessa expectativa, o dólar comercial caiu 0,61%, encerrando o dia em R$ 5,32, no menor patamar desde junho de 2024.
Contexto econômico interno
O desempenho do Ibovespa também foi influenciado por indicadores domésticos. O IBC-Br, considerado uma prévia do PIB, mostrou fraqueza em julho. Dessa forma, diminuiu a pressão por cortes imediatos na Selic ainda em 2025. Além disso, o Boletim Focus trouxe nova queda nas projeções de inflação, reforçando o cenário de estabilidade monetária no curto prazo.
Entretanto, os investidores permanecem atentos à agenda de reformas estruturais e às movimentações fiscais do governo. Esses fatores, por sua vez, podem alterar a confiança no mercado e influenciar a entrada de capital estrangeiro.
Influência internacional
O cenário externo também desempenha papel crucial no comportamento do Ibovespa. De um lado, a expectativa por cortes de juros nos EUA traz alívio aos mercados. Por outro lado, a economia chinesa mostra sinais de fragilidade, aumentando a cautela dos investidores.
Enquanto isso, Wall Street registrou ganhos moderados, mas o Nasdaq se destacou com a valorização das empresas de tecnologia. A Alphabet, dona do Google, ultrapassou a marca de US$ 3 trilhões em valor de mercado, movimento que reforçou o apetite por risco. Ainda que as tensões geopolíticas persistam, rumores de um possível encontro entre Donald Trump e Xi Jinping animaram os mercados globais.
Perspectivas para o Ibovespa
Nos próximos dias, o mercado deve permanecer volátil. Caso o Fed confirme o corte de juros e o Copom mantenha a Selic, o Ibovespa pode ganhar ainda mais fôlego. Entretanto, qualquer surpresa nas decisões pode provocar correções.
No médio prazo, o desempenho do índice dependerá do avanço das reformas econômicas, da disciplina fiscal e da evolução do cenário internacional. Portanto, para o investidor comum, acompanhar os indicadores e diversificar a carteira continua sendo a melhor estratégia para reduzir riscos em um ambiente de incertezas.
